10 de dez. de 2010

Comer, Rezar e Amar (Vício)

"O vício é a marca de toda história de amor baseada na obsessão. Tudo começa quando o objeto de sua adoração lhe dá uma dose generosa, alucinante de algo que vc nunca ousou admitir que queria - um explosivo coquetel emocional, talvez, feito de amor estrondoso e louca excitação. Logo você começa a precisar dessa atenção intensa com a obsessão faminta de qualquer viciado. Quando a droga é retirada, você imediatamente adoece, louco e em crise de abstinência (sem falar no ressentimento para com o traficante que incentivou vc a adquirir seu vício, mas que agora se recusa a descolar o bagulho bom - apesar de vc saber que ele tem algum escondido em algum lugar, caramba, porque ele antes lhe dava de graça). O estágio seguinte é vc esquelética e tremendo em um canto, sabendo apenas que venderia sua alma ou roubaria seus vizinhos só para ter aquela coisa mais uma vez que fosse. Enquanto isso, o objeto de sua adoração agora sente repulsa por vc. Ele olha pra vc como se vc fosse alguém que ele nunca viu antes, muito menos alguém qeu um dia amou com grande paixão. A ironia é que vc não pode culpá-lo. Quero dizer, olhe bem pra vc. Vc está um caco, irreconhecível até mesmo aos seus próprios olhos."

Trecho do livro Comer, Rezar e Amar.

3 de dez. de 2010

Para alguém especial...

Onde quer que você esteja, sei que sempre estará pensando em mim.
Perdoe-me se não sou quem você gostaria que eu fosse, mas sou o melhor que consegui ser.
Achei que estava sendo suficiente para você, mas hoje eu vejo o quanto fui deficiente e incompleta. Desculpa...
Dizem - com razão - que só damos valor a algo ou a alguém quando perdemos. Talvez por negligência, talvez por achar que nunca iremos perder. Aí, quando a gente se vê sozinha, se pergunta: e agora? Agora é andar com os próprios pés, com a certeza de que a ausência é apenas física.
Ainda bem que Deus é perfeito e generoso. Ainda bem que sei que estás sempre do meu lado.
Obrigada por me visitar nos meus sonhos. Minimiza o sofrimento que é ficar "longe" de você.
Por favor, quero lhe pedir 3 coisas:
  • Obrigada por ter feito parte da minha vida;
  • Desculpa por não ter percebido a importância disso completamente e;
  • Jamais esqueça o quanto eu te amo.
Binha...

25 de nov. de 2010

A FAVELA NÃO É A CULPADA

Por Bernardete Toneto, Segurança Pública

A ocupação dos morros pelas organizações criminosas levou à criação de um estereótipo: favela é lugar de bandido. Será?
"Barracão de zinco, sem telhado, sem pintura, lá no morro barracão é bangalô. Lá não existe felicidade de arranha-céu, pois quem mora lá no morro já vive pertinho do céu." Os versos do samba "Ave-Maria no Morro", composto em 1942 por Herivelto Martins, revela uma época em que a favela era sinônimo de beleza e melancolia. Da mesma forma que a visão era errada nas décadas de 1930 a 1950, hoje também as favelas - em especial as do Rio de Janeiro - não são reduto do crime organizado, como noticiam os meios de comunicação social e faz supor a nossa vã filosofia.
Até a primeira metade do século XX, muitas músicas enalteciam o morro como lugar de amizade e solidariedade. O romantismo era tão grande que os compositores Cartola e Carlos Cachaça (ambos moradores do Morro da Mangueira) e Hermínio Bello de Carvalho compuseram o samba "Alvorada", cuja letra proclama: "Alvorada lá no morro que beleza. Ninguém chora, não há tristeza, ninguém sente dissabor. O sol colorido é tão lindo, e a natureza sorrindo, tingindo, tingindo a alvorada."
A poesia foi uma forma de camuflar a realidade. A primeira favela carioca foi a do Morro da Providência, antigo Morro da Favela. A ideia da época era limpar as regiões centrais da cidade, dando um ar de modernidade à capital da República. Por isso, em 1893, os pobres que viviam em cortiços, como o da Cabeça de Porco, foram enviados para os morros sem nenhum tipo de atendimento e de infraestrutura habitacional. Logo depois chegariam os soldados que haviam lutado na Guerra de Canudos, no sertão nordestino.
Assim, o Rio de Janeiro passou a ser sinônimo de favelas, consideradas guetos de pobres e da marginalidade.

Rio 40º

Infelizmente estamos passando por dias horríveis na cidade que, apesar dos pesares, insistimos em chamar de Maravilhosa. Há tempos que já não podemos chamá-la assim. Mas, por uma espécie de ilusão confortante - e necessária, na maioria das vezes - achamos que ainda moramos num lugar privilegiado.
É. Talvez.
Temos do que nos gabar, realmente. Temos praias, paisagens e pessoas maravilhosas, entre outras coisas. Mas, em contrapartida, temos a cidade do Brasil melhor equipada quando falamos em armas de fogo. Podendo ser assemelhada à Colômbia. Só que na Colômbia, metade do país é dos bandidos e, a outra metade, do Governo. Aqui, nem sabemos mais se o Governo manda em alguma coisa.
Só nos resta rezar. Pedir à Deus que a "paz" volte a reinar novamente. Pelo menos, a "paz" que já estamos acostumados.
Boa noite!