13 de dez. de 2011

Carta para "alguém"

                                                                                          Rio de Janeiro, 13 de Dezembro de 2011.

          Olá!

           Você não imagina como as coisas mudaram desde sua partida. Tudo ficou muito mais complicado de ser resolvido. Bem que você falou que seria difícil... Acho que estou me saindo bem, mas, às vezes, dá vontade de jogar tudo pro alto e sair correndo, me libertar. Sinto como se meus braços e pernas estivessem acorrentados e eu não tivesse mais forças para lutar. Sei que sou forte, que aguento e enfrento muitas coisas, mas só queria, de vez em quando, deixar a vida seguir seu rumo, sem que eu precisasse interferir.
           A vida deveria ser levada de uma maneira mais fácil, mais sincera. A gente podia pensar, falar e agir da maneira que a gente achasse certo, sem se preocupar com os outros, com a sociedade, se é feio ou bonito, certo ou errado. A gente vai se anulando pra agradar o outro e, às vezes, o outro não faz o mesmo. Aí vem as cobranças; Aí começam as brigas; Aí acaba o encanto...
Mas a culpa é nossa, que criamos expectativas em cima das pessoas que na verdade não existem. É clichê mas não devemos fazer nada esperando que nos retribuam. Pois, quando isso não acontece, ficamos frustrados. E quando deixa de acontecer esse tal "obrigado", não é porque o outro é egoísta. É, simplesmente, porque ele não tem isso dentro de si, não aprendeu assim ou não dá tanta importância a um agradecimento.
           Precisamos ter em nossa mente e no nosso coração que somos únicos. Todos somos diferentes. Agimos deferente, pensamos diferente, temos pontos de vista diferentes para cada situação. Não dá pra querer que a outra pessoa viva como nós vivemos, como achamos certo. Somos livres!
Liberdade... Será que algum dia saberei de fato o que isso significa? Será que algum dia saberei quem sou eu de verdade?
          Queria perder essa mania que tenho de agir contrário ao que penso, só pra não magoar as pessoas.
Aprendi, depois de você, que ninguém morre por ninguém, que tudo se ajeita, que a vida continua, que os outros veem nossos problemas bem menores do que nós enxergamos. E que a única coisa que sobra é a saudade. Mas com esta a gente convive numa boa...
          A vida passa numa velocidade tão brusca que não temos que - nem devemos - nos conformar com situação que estamos se esta não nos faz felizes, não nos deixa em paz.
         Na minha opinião, viver não é isso. Viver é aprender, é descobrir, é se descobrir, é estar em comunhão com a paz, com o belo, com a natureza, com a felicidade e, principalmente, fundamentalmente, com Deus. Só Ele pode fazer com que tudo dê certo na nossa vida. É n'Ele que devemos acreditar, é pra Ele que devemos pedir e é pra Ele que temos que agradecer.
         Todos nós somos capazes de mudar, de se arrepender, de voltar e recomeçar. Isso não é sinal de fraqueza, é sinal de humildade, de força de vontade, do desejo sincero de vencer.
Todos os dias a vida nos dá vários obstáculos de presente. Sem eles como poderíamos aprender? Sem as pedras no nosso caminho, que nos fazem tropeçar, como poderíamos nos sentir fortes depois de levantar da queda? Todos esses presentes que a vida nos dá diariamente, só servem para que possamos superar nossos limites, aprender com os erros e sair vitoriosos de todas as nossas batalhas. Externas e, principalmente, internas. Quem é o nosso melhor amigo senão nós mesmos? Tanto quanto somos nossos piores inimigos. Duvidamos da nossa capacidade e nos julgamos fracos, incompetentes, vencidos. Engano...
          Somos muito mais que supomos ser. Só é preciso ter coragem para isso.
          Espero que esteja bem...

                                                                                                                      Saudades...
                                                                                                                       Bárbara

Um comentário:

  1. Emocionada com a carta para sua querida. Emocionada com toda a verdade ali contida. Pesou fundo no meu coração. Beijos, Tha.

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